ÍVI CAMPOS surgiu certo dia na minhapage comentando sob seu livro e me oferecendo um exemplar para ler. Admito que
primeiramente eu não me senti disposta; há muito que, pra mim, a literatura
nacional perdeu a graça. Depois de algumas decepções, eu havia dito a mim mesma
que não mais leria livros de autores sem certa “fama” ou aclamados pela
crítica. Mas, Ívi parecia diferente. Primeiramente ela era extremamente
educada, e depois em nenhum momento ela considerou que estava colocando algo
perfeito ao meu dispor (acreditem, tem muito autor que te oferece livro como se ler sua obra fosse um presente de Deus ao qual você devia ser eternamente grato!). Ívi parecia mais uma autora querendo uma critica, sendo ela
boa ou má. E foi por isso que a coloquei na listinha de leitura.
Aceitei. E, realmente,
não me arrependo.
Recebi o livro ontem,
li 25 páginas, e hoje o salvei no desktop dos dois pcs (do trampo e de casa) e
em cada momento de folga o li. Então, parabéns pra mim que conseguiu ler a obra
enorme tão rápido, (rs). Sim, foram mais de 300 páginas em dois dias.
O livro tem uma
narração muito boa, a Ívy não comete erros, nem de gramatica, nem de ortografia
(eu pelo menos não vi nenhum significativo ou que me incomodasse). Sua
narração, ora melancólica, ou realista, me lembrou muito o Sérgio Camash (outro
autor que gosto muito). Acho que ela pegou perfeitamente o drama e o enredo de
ser mulher num país chamado Brasil.
De cara, logo no
prólogo, somos confrontados com Fatima, uma grávida que tem que trabalhar para
sustentar o marido alcóolatra. Saliento
que o texto inicia-se no final dos anos 70, onde casar era obrigação feminina e
divórcio era impensável.
Fátima, a faxineira que
sustenta a família, é a mãe de Natalia, a protagonista. A força e coragem das
duas são bem acentuadas, mesmo quando os destinos de ambos se desencontram. Não são mulheres fracas ou frescas, são guerreiras
numa sociedade que ainda coloca a mulher como um ser “a parte”, algo que não
merece consideração.
Mesmo o tempo que
transcorre (dos anos 70 até depois da virada do século) demonstra que algumas
conquistas femininas são feitas, mas no geral a mulher continua a ser vitima,
muitas vezes de si mesma.
O livro, narrado em
primeira pessoa, constrói bem a protagonista. Você sabe como ela é, do que
gosta, até dos atores que ela considera mais bonitos. Você entende como ela
cresceu, quais são seus valores, e também as pequenas características (como ler
bons jornais, etc) que a transformaram numa profissional de sucesso. Mas, acima
de tudo, você compreende a necessidade simples e quase instintiva de mulher:
Natalia quer amar, ser amada, construir uma família e ter filhos.
Tão simples, ne?
Mas, essa coisa
“simples” é uma das mais difíceis que alguém pode ter.
O livro é altamente filosófico.
Ele não tem muito enfoque em situações e sim em pensamentos. Nisso ele pode ser
um pouco cansativo, já que eu estou acostumada a algo mais “elétrico”. Parecia que
tudo demorava muito para acontecer, e tinha horas que me via pulando algumas
páginas, em busca de mais emoção.
Ívy trouxe na obra
também um personagem que surpreendeu E, fushojismo a parte, acho que o melhor
amigo dela foi a agradável surpresa da obra. Gentil, educado, perfeito... a
autora conseguiu a façanha de não estereotipar, o que é uma grande coisa na
nossa atual literatura. Também é dele os momentos cômicos, as tiradas certeiras,
e as hilariantes comparações entre homens e mulheres. Apesar de, não nego,
preferir ele gay (só gay!).
Nas Asa da Borboleta é
um livro de uma mulher para mulheres. Ele trata de questões simples, e outras
mais complexas, em momentos distintos e com muita delicadeza. Escancara a realidade de muitas (fingir orgasmo apenas para não
decepcionar o parceiro) e também traz o poder de uma amizade sincera e gentil.
Você se surpreende com a carga dramática e emocional que carrega alguns
personagens, e também se emociona com outros.
É uma boa surpresa
dessa nova leva de escritoras.
6 comentários:
Hum... Gostei da resenha e de saber do livro. Muito interessante o tema e a autora pelo que deu para entender de sua resenha.
Gostei!
Josiane, apenas hoje estou lendo a resenha do meu livro. Não sabia que você já tinha lido e fiquei apreensiva quando comecei a ler. Muito obrigada pelo seu apoio. Obrigada por sua crítica!!!
Eu li o livro em menos de 24 horas, não conseguia parar de ler antes de chegar ao final... não é uma obra perfeita, mas é cativante, principalmente no contexto de hoje onde todas nós mulheres buscamos ser mais e melhor... Adoro o livro e já estou lendo novamente... Comprei pra várias amigas e aconselho todo mundo a ler...
Este livro é simplismente incrível! Foi emocionante ler definições de emoções e sentimentos que o dicionário trata de forma tão subjetiva.
A forma como este livro foi escrito e o desenrolar da história foram tão envolventes que fiquei extasiada! E, sinceramente, este livro me fez mudar a visão que tinha de algumas coisas.
Amei a obra e estou ansiosa pelas próximas!!
Eu também li bem rápido, ficava ansiosa pelo rumo da história e próximos acontecimentos. Me identifiquei com algumas situações e me diverti muito também! Super recomendado!
Amei o livro do início ao fim. Me encantei com a forma simples da narrativa, dei gargalhadas e me emocionei também. Em alguns momentos parei para refletir sobre coisas simples da vida que na correria do dia a dia passam despercebidas. Recomendo a leitura, não só uma vez, mas várias!
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