quarta-feira, 30 de maio de 2012

Selinho novo!

Fui indicada pela linda autora Catalina Terrassa, e adorei^^

O selo é sobre os livros que os autores tem e não conseguem ler, pela falta de tempo ou coisa assim...


Para ganhar o selinho é preciso seguir algumas regras:

1°. Responda as perguntas abaixo:


Qual a quantidade de livros comprados/ganhados e não-lidos que você tem na fila atualmente?

Olha, a coleção quase inteira da EGWhite, e mais uns 10 romances... então, vamos para uns vinte e poucos.

Como ou porquê motivo você chegou a essa quantidade?

Porque eu não aguento as promoções do submarino, e só penso em comprar, comprar e comprar...

Você tenta se controlar para não comprar muito (e aumentar o tamanho da fila), ou não se importa com isso e compra quando tem oportunidade/dinheiro/vontade?

Se tenho dinheiro, eu compro.

 Nos últimos meses, a sua fila está tendendo a aumentar ou diminuir?

Diminuir. Estou lendo e anotando no skoob. Como estou reformando o quarto, e já comprei um livreiro, vou passar todos pra lista do skoob, e deixar bem organizado os não lidos.

 Quantos livros em média você compra/ganha por mês?

Uns 5

2°. Link o blog que te enviou o Meme/Selinho:
http://catalinaterrassa.blogspot.com.br/

3°. A Lia quer saber as suas respostas:
  Deixe um comentário no post http://verbo-ler.com.br/2012/05/meme-fila-de-livros-nao-lidos/ do blog Verbo: Ler, avisando que respondeu o meme, com o link do seu post.

4°. Repasse para 5 ou mais blogs.

Blog do Sérgio
http://sergiocarmach.blogspot.com/

Blog da Kamy
http://kamyjaganshi.blogspot.com/

Blog da Gi
http://giselecarmona.blogspot.com/

Blog da Fê
http://www.cacadoradelivros.com/

Blog da Ale
http://www.arfortaleza.com/

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Meu Deus e eu....



Ah, preciso escrever para desabafar. Sou daquelas.. se não escrevo, surto. Ficar quieto nunca foi a minha praia, mas como os ataques vem de gente que se esconde atrás de nicks sem nome completo (ou real) e emails inexistentes, só me resta escrever no meu blog...

Em primeiro lugar, eu prezo poucas coisas na vida. Numa lista fora de ordem: Meu fandom, meus livros, minha família, minha liberdade, meus amigos, meu Grêmio....
Mas, no topo de tudo isso está Deus.
Eu prezo minha relação com Deus.
Daquela forma em que me preocupo se noto que não falei com Ele no dia, ou se fiz algo errado que pudesse entristecê-lo. Mais da maioria dos meus amigos são ateus e acham essa minha forma de "ver a vida" um tanto louca, mas, eu sou escritora, então nada mais "normal" que eu ser "louca".


Porém, agora querem destruir minha relação com Deus.
Pois é... resolveram que eu não tenho mais esse direito... não posso mais agradecer a Ele pelas conquistas, etc...
Quem decidiu? Não sei... covardes nunca tem face. Apenas sabem se esconder...

Bom, todos sabem que 3 dos meus 6 livros são dedicados ao publico GLBT. O Último deles, Traços, é um curto romance histórico entre um elfo e um humano. Bom, o livro teve uma fama imediata, não sei bem se pelo teor ou pelo preço (é a mais barata das minhas obras), e em menos de 10 dias chegou a 10º obra mais vendida no segmento de REALISMO FANTASTICO do Clube de Autores.

Uau, você deve pensar.
É, eu também pensei. O livro já foi lido por professoras, estudantes de história e amantes de mitologia, e recebeu bons elogios. Mas, eu sempre me preparei pra críticas. Mas, claro, pra críticas ao roteiro. Romance mitologico não é a minha especialidade, e por mais que eu estudei, sempre acho que cometo erros nas descrições de ambientes, ou da própria história celta.

E não é que ontem eu recebo minha primeira crítica. Claro, de alguem que NÃO LEU NEM COMPROU, já que todos que adquiriram até agora já entraram em contato comigo...


Bom.. e o que dizia, você deve estar pensando? Não, não foi nada referente a erros de português, nem a diagramação, nem algum erro que possivelmente eu possa ter cometido no enredo...

Foi isso:

 Li duas vezes, tentando entender.
Uma obra celta... uma história mitologica...cristianismo?

Primeiramente pensei que ela estava enganada, mas depois de algum tempo pensando, eu finalmente compreendi....

A moça, cristã pelo que diz, leu as primeiras páginas que estão disponiveis na area de compra do livro, e viu na pág 5:

"Agradecimentos
Como sempre, primeiramente a Deus, o mantenedor de tudo. Obrigada por sempre estar do lado e forças para prosseguir."


Até achei engraçado, porque eu mesma, depois de cuidar tanto do livro para que não tivesse erros, esqueci do "dar forças" nos agradecimentos. Mas, meu Jesus sabe que é pra ele...

Pois bem. Depois de saber o que era... o sangue esquentou.

PERAI, NINGUEM VAI INTERFERIR NO MEU RELACIONAMENTO COM DEUS! E TUDO POR QUE? PORQUE EU SOU ESCRITORA DE LIVROS GLBT? Quem deu o direito a essa gente de me negar o direito de agradecer ao MEU DEUS qdo eu quisesse????

Como ela tem o direito de falar o que quiser, eu também me reservo ao direito de respondê-la. E, é claro, com toda a minha inexistente educação, porque se existe algo que eu prezo, e percebo que alguém quer interferir, eu reajo na hora!

Não deu outra. Hoje de manhã, outro pseudo escritor me deixou uma mensagem falando que eu devia aceitar as criticas...

 Vocês podem ler o relato inteiro aqui: http://clubedeautores.com.br/book/128616--Tracos


Caros amigos blogueiros, leitores, conhecidos: Fiquem a vontade para criticar Traços. A VONTADE. É uma obra independente, sem uma revisão paga (mas uma revisão otima por uma amiga profe, dona Fabi^^), capa também doada, e toda a pesquisa feita "na raça" por essa que vos escreve. Graças as críticas construtivas que recebi nos outros 5 livros, acho que atingi um ótimo nivel de maturidade literária em Traços. Por isso, sério, a vontade.

Mas, se você acha nojento ou coisa do diabo o amor igualitário, por favor, ME POUPE  e SE POUPE de brigas, porque eu não vou tolerar homofobia, ok?
NÃO VOU. Nem agora, nem nunca.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

BookTour de Traços


Apesar da terrivel esperiência que tive com meu último BookTour, resolvi criar um novo para divulgar entre os blogs literários o meu novo livro, Traços. Afinal,  mesmo com a indelicadeza (para não dizer pilantragem) de uma das participantes, as que resenharam fizeram um trabalho lindo e muito bom. Recebi bons elogios que amaciaram o ego, mas também excelentes criticas, que me fizeram pensar e repensar - espero ter crescido!

Então, estou abrindo novo BookTour.

Como funciona:

O primeiro blog da lista vai receber o livro. Após o blogueiro ler e resenhar, enviará para o próximo blog da lista. E então irá para o segundo e o terceiro, em ordem.

Ou seja:

Leu, resenhou, envia. Simples.

Regras:

1- Ser residente no Brasil

2- Ter um blog literário há, pelo menos, um mês. O blog não precisa ser completamente voltado para literatura, mas deve ter este como um de seus temas.

3- Deixar seus dados disponíveis para os demais participantes do book tour.

4- Se comprometer em cuidar bem do livro enquanto estiver com ele, bem como de ler e enviar para o próximo blogueiro da lista em até 7 dias. (PRECISA-SE CUMPRIR O PRAZO. CASO NÃO QUEIRA CUMPRIR, FAVOR NÃO ENTRAR NO BOOKTOUR!). O prazo é pequeno porque O LIVRO É PEQUENO.

5- Arcar com as despesas de envio do livro ao próximo participante, enviando-o na modalidade Registro Módico (que costuma ficar em torno de R$5,00) e fornecendo o número de rastreio para o destinatário, e enviando um email para mim, comunicando o envio.

6- Fazer uma resenha do livro em seu blog (não vale só colar a sinopse no blog e escrever abaixo só uma ou duas frases). Na postagem da resenha, deixar os links do livro no Skook. Incluir a mesma resenha no skoob do livro.

8- Serão aceitos 10 blogs.

9- Ao final do Book Tour, um dos livros será dado para 1 blogueiro participante, por meio de sorteio.

12- Os interessados em participar devem preencher o formulário abaixo e enviar para o email josiane_veiga@yahoo.com.br

Nome:
Blog:
Endereço completo:
Telefone celular (com DDD):
Telefone residencial(com DDD):
E-mail para contato:

IMPORTANTE:
Vou receber as inscrições e darei preferencia aos meus bons parceiros, aqueles que já participaram do meu booktour antes, ou simplesmente já resenharam algum livro meu, e a lista será baseado nisso. Contudo, qualquer blog pode se inscrever, porque irei olhar cada blog, ver sua "fama", se o blogueiro é honesto, etc. Desculpem todo esse arsenal, mas já levei facada nas costas antes e não quero repetir o stress.



EDITADO:
Sempre esqueço de dizer, mas... Traços é um livro para MAIORES DE 18 ANOS. Contêm cenas pesadas, apesar de fantasia.

terça-feira, 15 de maio de 2012

domingo, 13 de maio de 2012

Resenha: A Cidade do Sol - Khaled Hosseini

Já havia recebido indicações desse livro muitas vezes. E, como não havia gostado muito de "O caçador de Pipas" torci o nariz para essa obra, afinal, o que um HOMEM podia entender da alma de duas MULHERES?

Sim, senti por Khaled o mesmo preconceito que também sofri muitas vezes, pois como "uma heterro pode escrever livros gays"? E, só após me dar conta da minha injustiça para com o autor foi que coloquei o livro em minha lista de leituras.

Pouco tempo depois surgiu a chance de tê-lo. O submarino, naquelas promoções fantasticas, o deixou disponivel por um preço simbólico. Adquiri a obra e a larguei na escrivaninha. Leria quando pudesse, disse a mim mesma.

Mas esse dia não chegava. Então, coloquei-o na mala quando fui viajar, e li os seus dois primeiros capítulos fora de casa.
Bom, nada fora do normal, mas bom...
E ele voltou para a mesa, fechado, até que hoje, ao acordar com a garganta bem machucada pela gripe, decidi ficar na cama lendo, e adentrei na alma de duas personagens simplesmente fantasticas.

A cidade do Sol não é o melhor livro que li na vida, mas com certeza fica entre os 10 primeiros. Ele tem uma narrativa fantastica e, pasmem, o HOMEM Khaled Hosseini conseguiu traduzir todas as inquietações femininas com um destreza que poucas mulheres conseguem.

É um livro lírico, quase uma poesia. Bem narrado, com fundamento historico e social, sem pontas soltas, e completamente encaixado em todo o contexto do Afeganistão.

Mariam e Laila são duas mulheres cuja a história de vida se confunde com a história de um país arrasado pela guerra e pela religião.

Uma, abandonada pelo pai e obrigada a se casar jovem com um homem que, primeiramente lhe deu sonhos e esperanças de uma vida feliz, e depois a assolou em suas vontades e na sua violencia, descobre na amizade de outra menina, crescida num lar feliz e que havia vivido um amor lindissimo, a esperança de algo melhor.

Há quanto tempo não chorava lendo um livro? Não lembro. Na verdade, há muito eu sequer lia algo com algum entusiasmo. Mas, ao final da obra, mais precisadamente quando o final de uma das personagens se define, eu fui as lágrimas. Meus sentimentos num turbilhao que iam da pena ao alivio. Não aguentava mais vê-la sofrer tanto...



Indico realmente essa obra. Cada mulher do mundo devia lê-la.


Nós, mulheres, não devemos mais aceitar com tanta naturalidade as imposições machistas. Engraçado que nós ocidentais ficamos horrorizadas com a burka, mas... e quando um pai obriga a filha a usar saias longas e não cortar o cabelo? O principio de dominio é o mesmo... só muda a forma.




Infelizmente, Mariams e Lailas existem aos bandos no mundo todo, cada uma entregue aos horrores dos dogmas familiares, cada uma indefesa perante tanta maldade.



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Lançamento - TRAÇOS

Olá amores!
Esse demorou pra ser lançado, né? Eu havia prometido esse lançamento para semana passada, mas atrasei porque surgiu a chance de Traços ser lançado numa grande editora.
Sim, Traços havia sido aprovado para uma editora comercial de grande porte. Aliás, uma das maiores do país.
Nossa, fiquei tão feliz. Dei uma olhada na editora, e eu seria a primeira escritora GLBT de lá. Infelizmente, tudo na vida tem um porém, e o meu é que a editora queria que o autor ficasse com no minimo 500 exemplares.
Esse foi o primeiro empecilho. Eu teria que desembolsar mais de R$ 10.000,00 para publicar Traços. E o segundo é que o preço de capa seria mais caro que o oferecido pelo Clube de Autores e Bookess.
E mais da metade dos meus leitores são jovens que ainda não trabalham e precisam do $$ dos pais pra combrar meus livros. Eu não podia aprontar essa né?

Enfim, vamos lá:


Poderia haver algo mais sujo do que o amor de um humano por um elfo? 

Tan de Lóki descendia de um clã extinto. Tudo que ele buscava nas florestas ao redor de Álfheimr era paz e tranquilidade. Infelizmente, os elfos não tinham a mesma opinião, e o rapaz descobriria logo que homem algum era bem vindo à terra sagrada.
Um humano sujo não tinha o direito de pisar em tão sagrado solo, então era dever do príncipe Niel expulsá-lo. Contudo, algo saiu errado... ...
E foi assim que elfo e homem se enredaram numa armadilha em que ambos não queriam mais escapar. 


 
Agradecimentos
Como sempre, primeiramente a Deus, o mantenedor de tudo. Obrigada por sempre estar do lado e forças para prosseguir.
Minha mãe, minha musa inspiradora.
Fabiana Moraes, porque ela não é só uma das minhas melhores amigas, como também é alguém que revisa meus textos e me dá sugestões e apoio.
A designer e fotografa Italiana do site sublimepixel.com, Cecilia Cerri, que gentilmente me cedeu uma das suas fotografias como capa.
Dani, Emma, Isa, Gi, Yukari, Gaby, Catalina, Luciane Rangel, Nina, Leticia, Tereza, Denise, Rafaela, Melissa, Bruna, Naty, Bianca, Lorrana, Kamy, Bárbara, Priscila, Angela, Fabiola, Flávia, Suellen ... E todas as meninas do Ohmiya Lovers, minhas companheiras de jornada. Amo a todas.
A cada Fushoji desse país. Unidas, venceremos!
 




Também quero avisar que estou vendo com um site Yaoi para sortearmos a primeira edição ^.^
Falei com as meninas do Blyme, e estou aguardando o retorno!




Solicito o apoio de vocês!
Adicionem no Skoob

E comprem:
No clube de autores Por R$ 27,91

Ou
No Bookess por R$ R$ 31,92


Saliento que a qualidade de capa do Clube de Autores é MUITO superior.

Valorizem as obras Yaoi. 
Obrigada de coração para todos que tornaram esse momento possível!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Deus e a religião

Como a grande maioria de vocês sabem, nessa semana pretendo lançar um novo livro: Traços, que vem contando a história (curta, menos de 70 páginas) de amor de um elfo e um homem.
Bom, já tem cerca de um mês que estou me dedicando inteiramente a essa nova obra, então ontem resolvi dar uma pausa e me "descontrair".
Cavocando em meu pc, encontrei um arquivo que sequer lembrava de ter. Um filme, daqueles que ninguém nunca ouviu falar, que poucas pessoas se interessariam em ver, mas que eu, como sempre, adoro. Sou do tipo que conheço mais filmes independentes e sem sucesso do que os que estouram bilheterias.
Bom, o filme se chama Filhos de Deus.

É o tipo de obra que aborda de tudo, desde racismo a homofobia, também a violência e a degradação humana, mas acima de tudo, mostra com uma inteira verdade o que se passa no coração de cristãos dentro de denominações religiosas.,
O plano de fundo é o amor de um rapaz loiro Johnny por um nativo da ilha de Bahamas.
Mas, o filme não se foca apenas nos dois, pois traz intrigantes e marcantes coadjuvantes que nos fazem pensar e repensar nossa própria existência.
O resultado: Uma viagem a nossa própria ética e moral.

Enquanto Romeo e Johnny se encontram e desencontram pela ilha paradisíaca, vemos um reverendo sofrendo com a sua falta de fé.

Como não se ver em tal personagem? Marcou-me profundamente, porque pude enxergar a mim mesma em anos anteriores sofrendo com minhas dúvidas e anseios.

Bom, mas vamos explicar. Lena, uma das coadjuvantes femininas é mãe de um garoto e esposa de um líder religioso. Esse líder é um homofobico que faz campanha social contra os gays. Lena, assim como o marido, vive em função de "limpar a sociedade" e pregar a sua "fé". Contudo, certo dia ela é avisada pelo médico que está com DST. Como Lena jamais dormiu com outro homem que não seja o marido, resolve tirar a história a limpo. É aí que descobrimos que o marido dela não é só adúltero, como também participa de festas em boates gays e transa com qualquer cara que aparece.

Mais tarde, no mesmo filme, ele explica a um dos amantes que só persegue os homossexuais porque precisa dar ao seu público algo a que odiar.

Afinal, o que mais une uma sociedade? O amor? Não, o ódio.


Tentando se afastar do marido, Lena resolve fazer seu trabalho missionario na ilha onde está Romeo e Johnny. Lá ela é recebida pelo reverendo local que está numa fase que já passei: questionamento de fé.

Aqui que entra meu sentimento pelo filme.

Eu me tornei cristã em 2004, com vinte anos. A maioria das pessoas só se torna quando fica "velho e acabado" e ninguém mais quer. É quase padrão: depois que se mata, estupra, se vive uma vida decadente e cheia de imoralidade, daí se resolve "amar Jesus".
Mas, não eu.
No auge da minha juventude eu segui um caminho diferente dos meus amigos. Todos iam as festas, aos jogos, aproveitavam "suas primaveras" enquanto eu fui para a Igreja.
Não fui pela dor, como muitos.
Eu me apaixonei perdidamente por Jesus. Não conseguia pensar em mais nada, passei a viver por Ele, respirá-lo. Como uma autêntica enamorada, meus lábios só falavam do meu amor. Vivia cantarolando hinos e salmos, lendo a Biblia e qualquer livro que remetia a Biblia.
2004 foi o ano mais feliz da minha vida. Me batizei numa noite fria de maio, e jurei naquele dia "nunca mais voltar atrás". Como em qualquer casamento, eu vivi minha lua-de-mel com Cristo, que adentrou 2005 e chegou em 2006.
Essa época foi marcada por cursos Biblicos, me tornei líder, fazia trabalho voluntario todo sábado, e levantei muitas vezes de madrugada para orar pelos que necessitavam.

Eu vivia para pregar o amor de Deus e para espalhá-lo ao próximo.

Porém, como a todos, o legalismo chegou.
Eu não sei precisar exatamente quando, mas chegou.

Eu havia me tornado cristã para falar do amor de Deus, mas passei a me tornar uma metralhadora da Biblia, como diziam no filme. Para defender os preceitos que eu achava correto, eu avassalaria qualquer um que estivesse na minha frente.

Subitamente, a minha vida religiosa, repleta de amor e paixão se tornou uma sucessão de "pode" e "não pode", "sim" e "não", "santo" e "mundano".

Vamos a um exemplo:
Veja bem, de inicio eu usava saias longas (mesmo a Igreja não pedindo isso) por pura vontade. Adorava me sentir assim. Não ligava para roupas caras ou para o status social da Igreja. Mas, pessoas tão desprovidas de vaidade quanto eu, nessa fase moralista, logicamente seriam engolidas pelo faraseísmo.

Roupas? De uma hora pra outra, ir com a roupa que você se sente bem não bastava. Você TINHA que estar bem vestido, de preferência com algo chamativo, de sandalia ou botas. Ter carro também era importante. E, acima de tudo, estar magro.

Engraçado, não? A Igreja conseguia ser mais crítica e exigente que "as pessoas do mundo".
Lembro até hoje quando fiquei doente e o médico me avisou que a medicação iria me engordar ("você vai ter muita fome e vai inchar" ele disse), e eu ri, falando que não tinha problemas.
Porém, têm.
Um dia eu ouvi falarem de mim...
depois ouvi novamente...
Um dia falaram na minha frente, como se eu não existisse ou não tivesse sentimentos.
Depois falaram da minha roupa...
Comecei a ouvir risinhos e insinuações ao meu respeito

...

E então eu vi:
Em algum lugar naqueles anos, eu estivera em uma bolha cega de felicidade e não percebia que a verdade era que a religião não era exatamente o meu centro com Deus.

E então a minha fé diminuiu. Bruscamente.
Porque eu percebi que era usada para atingir pessoas, e não para levar o amor de Deus a essas pessoas. Assim como o reverendo do filme, passei a ser vitima de pesadelos, e comecei a ver erros nas doutrinas que antes eu considerava tão inabaláveis.

Assim como o reverendo, um dia arrumei minhas coisas e "fui embora".
Deixei para trás tudo, e passei a seguir uma nova vida.

...
e então, quando parei de buscar, foi que encontrei.
A resposta para tudo estava simplesmente em "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem." Ec 12.13 

Eu havia criado tantas regras e preceitos, e havia me perdido. Estava, como o jovem rico, completamente largada dentro de uma denominação religiosa, sem realmente saber que caminho seguir. Havia deixado de amar e passei a simplesmente suportar. Não fazia mais nada por prazer, e sim por obrigação.

Hoje, passei a viver de acordo com que creio. Não dou mais satisfação da minha fé. Sim, não acho que homossexualismo seja pecado, sim, eu creio que dizimo é lei cerimonial, sim, eu tenho duvidas sobre a trindade, sim, eu acho Davi um babaca...
Sim, eu sou livre para dizer que penso.
Não mais estou amarrada...
E, agora, sinto-me preparada para voltar a minha lua-de-mel com Cristo. Talvez, e espero, muito em breve, eu possa voltar a me sentir pronta para espalhar o amor DEle as pessoas... sem distinção.

 
E por isso esse filme me ajudou... me fez ver o que eu mesma já havia esquecido.
Espero que o final feliz, da libertação do reverendo, seja o mesmo que o meu.
Amém.