sábado, 27 de outubro de 2018

ROMANCES FANTÁSTICOS - RESENHA

ROMANCES FANTÁSTICOS

Romance e fantasia. Quem não fica extasiado com esse tema?
Duas vertentes diferentes, mas que neste livro se unem de uma forma a apaixonar o leitor por ambos os temas.
Encantar o leitor foi o que moveu todos os autores. Cada um a sua maneira transferiu para as páginas desta antologia o que de mais belo e forte que tem dentro dos seus corações.
Há magia, folclore, esperança, guerra, luta... tudo que amamos nos livros.

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Nesse ano de 2018, minha sessão da Bienal de SP foi na Editora Hope, o que se tornou muito legal porque pude conhecer várias pessoas que só conhecia de nome, e adquirir alguns livros que me chamaram a atenção.

Enquanto aguardava meu horário, andando pelo stand, fui mexer em algumas obras que estavam sendo arrumadas (era o primeiro dia da Bienal), e eis que o Tom Adams grita num canto: Olha essa capa! Olha essa diagramação!

Na minha vida inteira, eu nunca comprei um livro pela capa. Romances Fantásticos foi a exceção. A capa era deslumbrante demais e, ao abrir, me deparei com uma diagramação tão bem trabalhada que não deu pra evitar a vontade de ter esse livro na minha estante.

Demorei a ler porque como qualquer autor nacional, eu tenho metas de texto a serem batidas. Dessa forma, desde a Bienal não parei de trabalhar em cima de livros. Mas, agora que encerrei o último do ano (lança terça, não percam!) pude pegar o livro que estava desde agosto em cima da minha mesinha de trabalho.

Gente... gente...

Primeiramente quero chover no molhado e dizer que Deniz Ibanez e Alessandra Morales sabem como escolher contos. Sabem como organizar uma antologia. O tempo todo eu fiquei esperando mais do mesmo, mas a cada narrativa era uma surpresa atrás da outra. Outra coisa que me surpreendeu foi a idade da maioria dos autores. Jovens mas com nítida bagagem literária. Fiquei muito feliz em perceber traços clássicos em alguns contos.

Começa por Henrique de Micco, que traz uma mensagem de sacrifício e amor tão intensa. O quão vale a pena você lutar por quem ama? 

Ariel Gomes, que escreveu o segundo, me deixou em estado de graça. Eu não tenho palavras, em nada esperava aquele desfecho. Sou escritora de Yaoi, tenho minhas raízes nesse ramo, mas não esperava um conto que conseguisse transbordar tanto sentimento. O final me fez chorar. E fazia muito tempo que eu não me emocionava com uma história.

Alex Oliveira trouxe uma visão sobre o luto em uma criança de 11 anos. Gostei da narrativa, achei muito bem construída, apesar de extremamente longa para uma antologia. Acho que com um pouco mais de esforço, cairia melhor como livro em separado. Mesmo assim, trouxe elementos novos e bem abrasileirados para a narrativa.

João Paulo Effting também tem uma história em que o elemento de lendas nacionais é forte. Mas, o pecado ocorre da mesma forma que o texto de Alex. É material para livro, não para conto. Muitas pontas que poderiam ser trabalhadas com calma e detalhes, foram jogadas de forma rápida para que o conto pudesse se finalizar logo. Eu realmente indico o autor a reescrevê-lo e transformá-lo num romance. Tem elementos para se tornar um livro de sucesso. 

O primeiro nome feminino a despontar no livro é Helena Girdard. Claro, imediatamente já me identifiquei. Literatura feminina tem dessas coisas, dessas sensibilidades que só mulher consegue transferir pra mulher. 

Essa mesma sensação tive com Raquel Bueno. Seu conto é de uma simplicidade extrema, mas consegue capturar a atenção por ser essencialmente feminino.

Alessandra Morales vem com uma história fantástica de uma princesa guerreira em um mundo dominado por seres como bruxas, magos e demônios. 

Renata Brito foge do estereotipo mundano e traz uma história cheia de magia e espiritualidade. Particularmente eu amo canela, e me envolvi muito com a forma natural de Julia, a protagonista, pensar.

Rita Flores é uma autora que admiro muito, e fiquei feliz em poder conhecer seu trabalho escrito. Eu nem preciso dizer que o conto dela foi, pra mim, o mais incrível de toda a antologia. É claro que é triste e chega a ser aterrorizante, mas acredito que a nuance humana na literatura não se permite apenas a beleza nas palavras. Se nós humanos somos falhos, tristes e depressivos – às vezes – por que não transportar isso para os textos? E, também, audaciosamente, foi uma maneira tocante de ver a morte. Eu fiquei apaixonada pelo seu texto e com certeza é uma autora que eu quero conhecer mais e mais.

Beatriz Cavalcante se mostra uma das promessas da nova literatura nacional. Tem uma estrutura de texto impecável e consegue transparecer os sentimentos dos personagens. Gostei muito do conto dela.

Deniz Ibanez provavelmente é o nome mais conhecido da antologia. E não falhou na sua missão em escolher os contos e também participar dela. E vamos admitir, a cena do protagonista conversando com os músicos é MEMORAVEL.

Margareth Brusarosco encerra a obra com uma narrativa de anjos movidos por ciúme, amor e paixão. 

Enfim, é um prato cheio de boa literatura. Recomendo demais.
Vocês podem encontrar o ebook na Amazon e o livro no site da Editora Hope. Vale o investimento.
 

 


segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A questão, Maria, mãe de Jesus.

É, eu sei, o blog literário abandonado há meses e quando eu ressurjo é para falar de um assunto religioso. Mas, eu precisava realmente trazer esse assunto à tona, porque é algo que me anda “cutucando” a mente há dias.

Bom, eu sou teísta, acredito em Deus, apesar de não seguir nenhuma religião tradicional. Mas, nasci católica. Minha mãe era extremamente devota de Nossa Senhora de Fátima, e eu cresci sobre esse jugo da Mãe salvadora, Mãe amada, que sempre me protege.

Quando eu tinha cerca de vinte anos conheci o Evangelho pela Igreja Adventista do 7° Dia, e realmente foram anos de muita dedicação a leitura da Bíblia. Fui diretora de escola bíblica, aprendi e ensinei muito, foi maravilhoso. Por motivos de discordância de algumas doutrinas que não importa aqui, acabei saindo da Igreja, mas continuei Cristã, e nunca me envergonhei disso.

Contudo, foi nesse período que eu praticamente abandonei a memória da Maria Mãe, a intercessora.

Não vou entrar no mérito religioso porque todo esse texto não é doutrinário. Não tem nenhuma intenção de ofender ninguém. É apenas uma divagação de uma escritora que tem dias que anda se perguntando o que diabos está acontecendo com o mundo.

Bom, conforme os anos foram passado, fui percebendo que a imagem Mãe, que era tão sagrada nos anos anteriores aos 90, parece estar se decaindo. Chovem comentários, textos, etc, problematizando a maternidade, tentando remover dessa palavra a sua majestade.

Eu só liguei os pontos recentemente. Foi o próprio cristão evangélico que acabou tirando isso da mente das pessoas (calma, não é uma acusação, é apenas uma observação). 

Antes, Maria era como nossa mãe era sagrada. Transferíamos isso a nossa genitora. Você podia ser o pior bandido do mundo, mas a sua mãe você respeitava, porque era uma alusão da Virgem.

Conforme as religiões pentecostais foram crescendo e essa santidade de Maria decaindo, vimos também a própria maternidade como graça de Deus sendo posta à prova.

Começou com alguém chutando uma imagem de Maria, hoje vi uma adolescente mandando a mãe tomar no c*.

Como deixamos isso acontecer? Como deixamos de nos importar com a Mãe do Nosso Salvador? Como nós, como igreja – corpo de Cristo – não importando a denominação, deixamos de proclamar a escolhida de Deus?

Ser Mãe é tão sagrado que até Deus quis uma para Ele! E ele escolheu uma jovenzinha pura e doce lá do povo judeu. Uma menina pobre, que aceitou a enorme tarefa de educar, alimentar, amar e amparar o Nosso Deus. Ela esteve lá do primeiro segundo que ele esteve no mundo, até o momento de sua morte, e além.

Vamos repensar a importância que estamos dando a Maria em nossas vidas. Com a decaída dela em nossas famílias, as nossas mesmas famílias estão perdendo seus membros pro mundo, e para o pecado.

Você reparou que a cada dia nós mulheres estamos cada vez mais longe da doce Maria? Como nosso corpo passou a ser apenas uma coisa sem importância que expomos sem pudor?

O mal atacou Maria porque atacar a santidade da mãe era a maneira certa de destruir as famílias. E estamos tão ocupados brigando por regras e nomes de igrejas que não percebemos isso.

Talvez a resposta de tudo esteja lá na minha infância, ajoelhada, rezando para a mãezinha de Deus. 

Porque, afinal de contas, MÃE É SAGRADO SIM.