sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Novos projetos, 2013 vem aí!

Trechinho do livro ainda sendo escrito.


2012 se encerra com praticamente meus dois projetos mortos. Remissão, o último livro da saga Jishu, completamente parado no capítulo 27, e quase me matando de culpa. O Pilar, livro infanto-juvenil que pretendo lançar em 2013, também aos trancos, sem qualquer sinal de vida.

Como autora passei por muitas coisas. Tendinite, depressão, insônia, e tudo que qualquer pessoa que escreve sofre. Mas nada se compara as crises de falta de inspiração. E nada do que dizem por aí realmente funciona.

Não, caro leitor, não adianta ouvir música, ler outras obras, tentar “desestressar” ou tentar escrever frases soltas sem sentido. Quando você não consegue escrever, NÃO CONSEGUE. 

E nesse ínterim de inutilidade eu resolvi mudar algumas coisas na minha vida. A primeira delas foi transferir aos poucos meus livros do Clube de Autores para uma editora. O primeiro foi A Insígnia de Claymor para a Modo Editora. Com o tempo, farei o mesmo com os demais, talvez com outras editoras ou com a própria Modo, caso nosso relacionamento com Insígnia seja satisfatório para ambos os lados ^.^

2012 foi mais um ano que comecei cheia de projetos e só conclui poucos. Consegui minha carteira de habilitação, fiz uma viagem (horrível!) para Porto Alegre, consegui dar um basta na minha infeliz vida religiosa, cortei amizades que não me faziam bem, e vivi calma da forma que queria.

Porém, 2013 eu preciso de projetos novos, coisas que realmente me façam olhar para trás em dezembro e sinta orgulho do que realizei.

Bom, a Luciane Rangel escreveu um artigo falando sobre o último ano antes dos 30! Em janeiro entro nessa triste estatística do ultimo ano antes de me tornar uma trintona (é, eu tô em crise... Ohhh God! Whyyyyyy???????) e resolvi agora também criar uma listinha de coisas que eu preciso fazer.

A Lucy criou uma lista de 30 metas, eu não consigo tanto. Fiz uma com 10! Assim como Lucy, conforme vou realizando, vou postando aqui, Ok?


1º Perder pelo menos 10 quilos.

Pela minha altura, 5 quilos já está bom, mas eu quero 10 para ficar com meu peso dos 20 e poucos anos. Estou atualmente com 76 quilos, e 1,70 m. Quero chegar aos 66 kg que é meu peso ideal, onde não fico com o rosto parecendo uma caveira, e nem uma bolofa. Então, esse é meu primeiro projeto. Não será fácil. Eu engordei por causa de remédios, e minha primeira tentativa de parar de tomá-los foi um desastre, meu pulmão quase parou novamente. Então, terei que emagrecer TOMANDO as medicações.

2º Terminar Remissão.
Eu devo isso a todas as leitoras da saga, que criaram teorias, discussões, até a capa linda feita pela Gabriela Tavares já está pronta e eu nada. Então é uma ordem de mim para mim mesma. Terminar Remissão.

 3º Terminar O Pilar.
Eu sei que é estranho uma autora de conteúdo adulto querer tanto escrever algo para adolescentes, mas é um sonho meu fazer esse livro. Então, esse ano, nem que seja uma linha por dia, eu escreverei e terminarei o livro!

4º Conhecer um lugar em que nunca estive antes.
Não importa onde seja, eu vou conhecer um lugar novo. Pode ser durante alguma feira de livros, ou qualquer coisa do tipo, esse ano vou sair de Ijui nem que seja uma vez! (para quem não sabe, tenho fobia de viajar... Só falta eu morrer na viagem!).

5º Vou estudar algo.
Eu já tenho profissão, tenho um bom emprego e sou a preguiça em pessoa. Já prometi a mim mesma fazer um curso de qualquer coisa para aprender qualquer coisa nova e nunca começo. Esse ano farei!

6º Eu vou conhecer qualquer uma das minhas lovers.
Não importa qual, uma delas eu vou conhecer. Nem que seja um único dia, uma única tarde.

7° Vou ler pelo menos 10 livros nacionais.
Todo mundo sabe que eu só falo mal da literatura nacional, que quase todos os livros que já peguei nas mãos achei medíocres, mas... vou tentar queimar a língua. Prometo ler e resenhar pelo menos 10 livros! Para isso vou entrar em booktours, etc

8º Eu vou usar brincos.
Sim, eu não uso. Era alérgica quando criança e depois participei de uma igreja que condenava o uso de adornos. Eu sempre achei brincos algo bonito, mas nunca coloquei um. Este ano irei furar as orelhas.

9º Farei o bem a alguém.
Todo ano ajudo pessoas dentro das minhas possibilidades, mas em 2012 meu trabalho caiu muito. Talvez pela minha saúde etc, mas em 2012 não organizei recolhimento de alimentos ou brinquedos, etc.. tudo que fiz foi doações para a causa animal. Este ano tentarei ajudar alguém, mesmo que seja com pouco. 

10º Irei assistir a um jogo do Grêmio.
Sim, faz anos que não vejo meu time jogar... então, em 2013 vou ir em qualquer estádio que o Gremio estiver. 

Bonus: Vou pintar o cabelo de vermelho.
Vou pintar o cabelo dessa cor aqui: 
 

















Já comprei a tinta a meses e nunca tive coragem. Em 2013 vai!


Era isso povo, torçam por mim!




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Comunicado aos leitores



Li alguns autores questionando o concurso literário que Traços esteve, porque não houve uma liberação dos votos (votos eram computados em segredo) e também porque muitos livros ditos como excelentes não chegarem nem perto dos 10 primeiros...  (não sou eu que estou dizendo, é o que ouvi falar por aí. Eu particularmente não li nenhuma das obras finalistas, mas tenho que reconhecer que pelo menos dois dos livros finalistas tem apenas uma linha de sinopse e capas não tão bonitas... e acreditem, os votos populares era por sinopse e capa).

Eu acredito na idoneidade de quem fez o concurso, senão não estava nele. Mas, admito, é minha última participação.


Primeiro porque meus livros (destinados a um público que ultimamente até agressões físicas anda sofrendo, fora as de caráter religioso) nunca vão conseguir muitos votos. Segundo porque sei de muita gente que entra lá só pra negativar porque são livros GLBT. Vale lembrar que dentro da própria pagina dos livros eu já recebi criticas destrutivas.

E, em terceiro e mais importante, só os 10 mais votados passam por uma avaliação séria. Ou seja, não é um concurso literário, e sim um concurso de livro mais divulgado...

Durante dois anos seguidos, dois dos meus livros ficaram no quase, a poucos votos de um "segundo turno".
Para mim já deu, nessa. Conversando com alguns leitores, alguns que se demonstraram até chateados tanto quanto eu, pelo preconceito que meus livros recebem do publico em geral (como a Gaby do OL), eu percebi que o objetivo está sendo atingido, apesar disso.

Hoje, Rendição, Redenção e Traços são livros bem vendidos, livros que figuram no topo dos sites onde estão expostos (No Bookess, Rendição e Redenção são os dois livros gays mais vendidos do site http://www.bookess.com/books/listing/filter/sell/category/gay/ nessa categoria), e eu já sou reconhecida como uma autora GLBT de bom nível por grandes sites GLBT como o Nossos Tons.


Desde o primeiro dia que o primeiro livro foi colocado à venda, eu disse que o objetivo era "Quando alguém perguntasse sobre um autor de livros GLBT, lembrassem-se do meu nome". Bom, muitos hoje fazem isso. 

E eu não vou me vender por causa de concursos ou de publico. Anteontem alguém me perguntou isso: "Se seu publico é o queer, vai escrever hetero para atingir outros leitores?".
Tenho três livros heteros, que não foram e nunca serão colocados em tal concurso. Desculpem a todos os blogs literários e fãs de IDC, mas quem mantém a venda dos livros em alta são os leitores da Saga Jishu e Traços.

Meu projeto de escrever um livro hetero depois de terminar Remissão, é apenas porque senti vontade de escrever tal historia, mas não porque desejo atingir outro público. Meu publico é o publico queer, e são poucos autores que mantêm um publico tão fiel (mesmo que a maioria deles ainda não podem me seguir publicamente nem comentar publicamente que lê meus livros!).

Então era isso... Decisão tomada depois de muito pensar. A todos que me questionaram sobre esse livro hetero, saliento que ainda é projeto, não é nada certo. Se escrever, ele terá a importância de REE e Insígnia, ou seja, sempre em segundo plano, porque o foco da minha carreira literária é outro.

Obrigada mais uma vez a todos os leitores que de um jeito ou outro me ajudam nessa caminhada.


Josiane Veiga.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Site Oficial

Tava na hora né?
O blog continuará ativo, mas agora ele é apenas parte de um projeto maior.
Conheça meu site

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Remissão - Travei.

Parece até piada (ou praga), mas o último livro da saga Jishu não quer sair. Já tenho a capa (lindaaaa, presente da Gaby Tavares), já tenho mais da metade do livro pronto, já tenho TODAS as cenas na cabeça, mas simplesmente... não consigo terminar.

É um drama que parece arrancar a alma. Alguém tem alguma noção do montante de leitores que aguardam há mais de um ano pelo desfecho da saga? E os e-mails que recebo? Mensagens no Twitter? No face? Muita gente comprou os dois livros da saga e não tiveram ainda nem a chance de ler os esboços que posto no OL...

Realmente, estou na base do desespero agora...
Já tentei todos os truques das outras vezes, e nada... NADA.. NADAAAAAAAAAAA


Eu prometi a mim mesma que Remissão vai ser meu ultimo livro... Ou pelo menos que após terminar ele eu me daria uns 2 ou 3 anos de folga. Só que eu me esqueci de avisar direitinho pro cérebro e agora o sem-vergonha acha que já tô de férias da literatura.

Assim, está aí minha explicação a todos os leitores. Eu sinceramente lamento muito...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Resenha: Nas Asa da Borboleta



ÍVI CAMPOS surgiu certo dia na minhapage comentando sob seu livro e me oferecendo um exemplar para ler. Admito que primeiramente eu não me senti disposta; há muito que, pra mim, a literatura nacional perdeu a graça. Depois de algumas decepções, eu havia dito a mim mesma que não mais leria livros de autores sem certa “fama” ou aclamados pela crítica. Mas, Ívi parecia diferente. Primeiramente ela era extremamente educada, e depois em nenhum momento ela considerou que estava colocando algo perfeito ao meu dispor (acreditem, tem muito autor que te oferece livro como se ler sua obra fosse um presente de Deus ao qual você devia ser eternamente grato!). Ívi parecia mais uma autora querendo uma critica, sendo ela boa ou má. E foi por isso que a coloquei na listinha de leitura.

Aceitei. E, realmente, não me arrependo.

Recebi o livro ontem, li 25 páginas, e hoje o salvei no desktop dos dois pcs (do trampo e de casa) e em cada momento de folga o li. Então, parabéns pra mim que conseguiu ler a obra enorme tão rápido, (rs). Sim, foram mais de 300 páginas em dois dias.

O livro tem uma narração muito boa, a Ívy não comete erros, nem de gramatica, nem de ortografia (eu pelo menos não vi nenhum significativo ou que me incomodasse). Sua narração, ora melancólica, ou realista, me lembrou muito o Sérgio Camash (outro autor que gosto muito). Acho que ela pegou perfeitamente o drama e o enredo de ser mulher num país chamado Brasil.

De cara, logo no prólogo, somos confrontados com Fatima, uma grávida que tem que trabalhar para sustentar o marido alcóolatra.  Saliento que o texto inicia-se no final dos anos 70, onde casar era obrigação feminina e divórcio era impensável.

Fátima, a faxineira que sustenta a família, é a mãe de Natalia, a protagonista. A força e coragem das duas são bem acentuadas, mesmo quando os destinos de ambos se desencontram. Não são mulheres fracas ou frescas, são guerreiras numa sociedade que ainda coloca a mulher como um ser “a parte”, algo que não merece consideração.

Mesmo o tempo que transcorre (dos anos 70 até depois da virada do século) demonstra que algumas conquistas femininas são feitas, mas no geral a mulher continua a ser vitima, muitas vezes de si mesma.

O livro, narrado em primeira pessoa, constrói bem a protagonista. Você sabe como ela é, do que gosta, até dos atores que ela considera mais bonitos. Você entende como ela cresceu, quais são seus valores, e também as pequenas características (como ler bons jornais, etc) que a transformaram numa profissional de sucesso. Mas, acima de tudo, você compreende a necessidade simples e quase instintiva de mulher: Natalia quer amar, ser amada, construir uma família e ter filhos.

Tão simples, ne?

Mas, essa coisa “simples” é uma das mais difíceis que alguém pode ter.

O livro é altamente filosófico. Ele não tem muito enfoque em situações e sim em pensamentos. Nisso ele pode ser um pouco cansativo, já que eu estou acostumada a algo mais “elétrico”. Parecia que tudo demorava muito para acontecer, e tinha horas que me via pulando algumas páginas, em busca de mais emoção.

Ívy trouxe na obra também um personagem que surpreendeu E, fushojismo a parte, acho que o melhor amigo dela foi a agradável surpresa da obra. Gentil, educado, perfeito... a autora conseguiu a façanha de não estereotipar, o que é uma grande coisa na nossa atual literatura. Também é dele os momentos cômicos, as tiradas certeiras, e as hilariantes comparações entre homens e mulheres. Apesar de, não nego, preferir ele gay (só gay!).

Nas Asa da Borboleta é um livro de uma mulher para mulheres. Ele trata de questões simples, e outras mais complexas, em momentos distintos e com muita delicadeza. Escancara a realidade de muitas (fingir orgasmo apenas para não decepcionar o parceiro) e também traz o poder de uma amizade sincera e gentil. Você se surpreende com a carga dramática e emocional que carrega alguns personagens, e também se emociona com outros.

É uma boa surpresa dessa nova leva de escritoras.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Resenha: Criança 44



Como todos já sabem, ando numa fase meio de saco cheio da literatura nacional. Já havia comentado no face que havia gasto um bom dinheirinho em livros nacionais que foram indicados em vários blogs de literatura, e acabei praticamente jogando o $$ no lixo. Tirando os autores de sempre, Luciane Rangel, Rafa Rocha, Samila Lages, Catalina Terrassa, etc... realmente, é bem complicado nosso cenário atual. Como meu blog não é sobre resenhas (eu faço resenhas sim, mas esporadicamente. A intenção do meu blog é falar de MEUS LIVROS), não vou ficar aqui citando títulos ou apontando dedos. 

Porém, é fato que hoje em dia qualquer um com dinheiro no bolso publica. Uma boa parte das editoras só quer $$ e muitos blogs de literatura só se interessam por livros que irão ganhar se resenharem com elogios (diga-se de passagem, muita das vezes, elogios inventados).

Assim, chutei o pau da barraca e me voltei ao submarino, mais precisadamente ao “literatura internacional”. Markus Zusak me devolveu o gosto em deitar na cama e adentrar numa história. Seu fantástico “A Menina que Roubava Livros” me fez voltar a gostar de ler. Então, há alguns dias fui atrás de o seu “Eu sou o mensageiro”. Como estava muito barato e eu queria aproveitar o frete, adquiri mais algumas obras.

Entre elas estava “Criança 44” de Tom Rob Smith. Não conhecia o autor e até então nunca tinha ouvido falar do livro. Mas, a capa demonstrando aqueles trilhos banhados em sangue – muito me lembrava Auschwitz – e o texto que deixava claro se tratar de um pós 2º guerra, me interessou de cara.

O que posso dizer? Acho que todas as pessoas do mundo deviam ler o livro.

É bem verdade que o sistema comunista da Ex-URSS e a Alemanha Nazista são tratadas de forma muito semelhantes (para não dizer iguais!), e a forma de alienar o povo também era bastante parecidas. Coibir opiniões, torturar qualquer pessoa que se manifestasse de forma contrária aos horrores praticados, obrigar as crianças a “Amar Stalin”, etc, eram apenas exemplos do que acontecia dentro do sistema.

A história é rica, perfeita e simplesmente eletrizante. Tom Rob criou (não... não só criou, ele construiu) um texto com personagens completamente humanos. Pessoas que sofriam, choravam, tinham duvidas e medos. A fome (de comida e pela sobrevivência) é bem tratada nas linhas, e até a vilania e maldade de alguns (que final foi aquele? Simplesmente espetacular saber quem foi o assassino!) era completamente justificada pela loucura de uma época em que só aqueles sem consciência podiam aguentar as pressões.

Depois de muito tempo me vi torcendo pelo casal dos livros. Depois de muito tempo mesmo! Raissa, uma garota órfã que foi vítima de abusos sexuais dos aliados quando a guerra acabou, e Liev, um homem cujo passado pesava mais que o sangue de inocentes em suas mãos, não formam nem de longe um casal normal de romances. Ela o odeia. Sim, odeia. E não é aquele ódio idiotinha de “Não gosto dele, mas mal posso esperá-lo para que ele me leve para a cama” como a maioria dos clichês por aí.  Ela o detesta verdadeiramente. Mas, que escolha teria Raíssa? Depois de tantos abusos, como se negar a casar com um homem que poderia mandá-la a campos de trabalho forçado em apenas alguns segundos se o ousasse rejeitar?

Contudo, o sentimento brota. E nisso o autor foi perfeito. Enquanto você lê, tenho certeza que terá duvidas sobre o amor (necessidade ou comodismo?) entre ambos, mas é simplesmente impossível não torcer para que eles fiquem juntos no final.

O enredo se baseia em um serial killer, que mata crianças sempre da mesma forma: próximo a trens, sob a neve, abrindo suas barrigas e torturando-as mantendo-as presas por barbante nos pés. 

Liev, o protagonista, precisa descobrir quem é o psicopata, mas antes precisa lutar contra o próprio sistema, que nega que existe alguém que pratique tais atos.

Criança 44 é um livro que merece ser lido e aproveitado. Eu li tão rápido (devorei) que pretendo relê-lo novamente em breve. Um prato tão saboroso merece ser melhor degustado.