quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sou uma eterna romântica...


Acredito que o que mais se destaca no meu trabalho como escritora nos últimos dez anos é meu lado idealista. Não que meus amores sejam “cor de rosa”; mas, são amores leais, capazes de lutar contra o que for por aquilo que se acredita.

Talvez, eu não passe de uma eterna romântica. Daquelas que ainda acreditam que duas pessoas possam se apaixonar e se manter fiéis a esse sentimento, mesmo quando todo o resto do universo se coloque contra.

Estou lançando o livro “Rendição” no mês de outubro. Quando escrito para a internet, ele se tornou um sucesso. Porém, tinha lá minhas dúvidas de sua aceitação na literatura impressa. Conversando sobre o fato com a autora Nina Shiruba, ela deixou bem clara a opinião sobre a aceitação: “Rendição tem mais chances de ser lido por mulheres que por homens.”

Fiquei um tanto curiosa sobre esse conceito, já que Rendição é uma historia de amor entre homens. Navegando pela internet, fui bombardeada com uma realidade que muito me incomodou: a maioria dos gays não quer nada sério.

Então, comecei a analisar e notei outra coisa: não são somente os gays, mas também os heterossexuais.

Logicamente, não posso ficar achando tudo lindo, e fingir que nada vejo. Realmente, não sou do time “em cima do muro” e exponho minhas opiniões a qualquer pessoa. E meu grito para essa triste realidade imoral do mundo se faz na minha literatura. Rendição de certa forma será meu grito contra a hipocrisia conservadora, que não aceita um amor de verdade. Mas, também é um tapa de luvas em quem acha que a vida é apenas um jogo de sexo, prazer e irresponsabilidade.

Um ser humano, uma pessoa, é mais que um órgão genital. Somos seres racionais, dotados de sentimentos, e merecemos amar e sermos amados.

Por que Rendição poderá ter mais leitoras femininas? A resposta pode se basear no fato de que as mulheres ainda não foram totalmente corrompidas para uma triste ilusão atual: “você não passa de um pedaço de carne”.

Eu não sei quem você é, nem como chegou até o meu mini artigo. Não tenho idéia da sua vida, nem das coisas que viveu. No entanto, quero que saiba que, mesmo desconhecendo o leitor que tenho nesse momento, eu afirmo com certeza absoluta: você não é uma coisa descartável.

Rendição pode ser um simples romance; entretanto, creio, também pode abrir os olhos de “Melanies” da vida. Eu sei que tenho um time de personagens que pode tocar quem ler.

É um simples dom.

Foi Deus que me deu.

E o qual ninguém pode me tirar.

Muitas pessoas se viram em Rendição enquanto liam o livro inacabado... agora quero que mais gente se veja... e quero que entendam que o mundo não é somente cinza, mas também pode ter suas cores.

Um abraço.

Josiane Veiga