Bom dia amores!
Ontem à noite pensei em
fazer esse post, mas com o frio que está sobre Ijuí, acabei desistindo e fui
dormir. Então, depois de ler os e-mails e cumprir minhas obrigações
profissionais hoje, vim correndo escrever alguns recados.
Bom, como todos já
sabem, faz uns 20 dias que a Modo começou a vender A Insígnia de Claymor no seu
site e na Amazon. Desde então estou sendo bastante questionada sobre o 2°
livro, algo compreensível, afinal IDC termina de uma forma “aberta”. Primeiramente,
eu respondia a cada leitor de forma ordenada, via MP, etc. Mas, como já são
muitos (graças a Deus!), estou começando a copiar e colar o que passo para cada
um, o que considero um desrespeito. Então, resolvi que o melhor era fazer um
post geral.
Assim sendo, quero
explanar e me colocar a disposição para qualquer dúvida de leitor, afinal de
contas interação é importante para o meu trabalho. Se não quiser perguntar no
post, pode perguntar pelo email josiane_veiga@yahoo.com.br
Mas no geral, aqui vocês
encontrarão a explicação da autora.
Vamos lá:
Quando comecei a ler,
ainda na pré-adolescência, meu autor favorito era Érico Veríssimo. Cresci na
cidade vizinha a sua cidade, e li praticamente tudo que ele escreveu. Mas foi a
saga dos Terra que mais me marcou. Para mim, a forma como Érico narrava à
trajetória daquela família era perfeita, era respeitável. Lembro-me até hoje da
triste sina de Ana Terra e, após isso, mergulhava na vida de Bibiana (sua neta).
Então, sempre pensei que quando fosse contar a história de uma família eu faria
igual.
Ou seja:
Começaria
com os filhos de Albert, e depois partiria para os netos e bisnetos.
Mais claramente: no 1°
livro contaria a história de Jehanie e Alexei, e no 2° continuaria com a vida
do filho de Jehanie (que ela já tem no ventre, fruto da única noite que teve
com Daniel).
Isso quer dizer que sim, o livro A INSÍGNIA DE CLAYMOR,
termina ali.
Por mais difícil
que seja para os leitores, Daniel fez sua escolha. Sei que o leitor nacional é
acostumado com finais fofinhos e cheios de coraçõezinhos andando pelo ar, mas Sergio
Camach (um escritor que admiro muito, autor de Para Sempre Ana) explicou bem em
sua resenha:
“Daniel teve a
oportunidade de escolher entre o amor e a vingança; Alexei amargou uma
(metafórica) justiça poética (cabe ao leitor julgar se o fim dado ao jovem
Claymor trará ou não felicidade ao personagem); Jehanie viveu experiências fora
de sua redoma que poderão fazê-la crescer...”
Por
mais que o final seja chocante, é o final.
No próximo livro “O
filho de Claymor”, Jehanie e Alexei seriam meros coadjuvantes, assim como
Daniel, que voltará para prosseguir em sua vingança.
Na época que escrevia
IDC em sites na internet, a ideia era escrever todos os livros num tópico único.
Porém, tive problemas pessoais graves (um acidente que levou as pernas do meu
padrasto), e tive um bloqueio que resultou na minha retirada do mundo dos
Claymor. Levei cerca de dois anos para voltar a escrever e só consegui quando
encontrei outro universo: os Jishu. Na saga Jishu sim, eu consegui concluir os
3 livros. Rendição (481 páginas), Redenção (413 páginas) e Remissão (534
páginas) já estão à venda e foram os livros que me projetaram no cenário
nacional.
Mas você que leu IDC
deve estar se perguntando: Eu escreverei o próximo livro dos Claymor?
Sim, um dia.
É uma promessa a mim
mesma. Quando um autor sai do universo de seus personagens, essa volta é muito
complicada. Ele precisa se focar novamente, precisa voltar a respirar a
cultura, a época, os costumes. Ele precisa voltar a conhecer intimamente cada
personagens, saber sua postura, suas falas, etc. Sei a história do próximo
Claymor na cabeça. Sei o que vai acontecer, etc. Mas, colocar o que tenho em
mente no papel é complicado, difícil e cansativo. Um livro é como um quadro em
branco, que deve ser lapidado e pintado com cuidado e respeito.
Nesse momento estou sem
escrever. Terminei Remissão em agosto, e estou me dando uma folga até o verão,
quando começarei outra história. Não é a história de Claymor, e sim um livro
que se passará na 2º Guerra Mundial. Já estou nesse enredo, já estou me
emocionando com a dor dos personagens, já estou construindo cada cena na mente,
ou seja, já estou no mundo de “Corpo Proibido”, um drama que contará a história
de um travesti que trabalhará em um prostíbulo durante a guerra. É uma história
muito triste, onde estou me entregando com toda a minha alma, vendo muitos
filmes e estudando muito o comportamento social da época.
Talvez depois desse
livro, eu volte a Claymor, volte aos castelos frios da Inglaterra, volte à
vilania de Alexei, e a ingenuidade de Jehanie. Talvez eu volte ao cheiro acre
do inverno, e aos porquinhos que circulam livres pelas terras de Albert. Vamos
ver... talvez.
Porém, não volto para a
história onde ela terminou. Volto para a história 20 anos depois, volto já para
o filho adulto da ruiva, e sua lealdade ao homem loiro que ele chama de pai.
Então, era isso.
De coração, obrigada a
todos que se envolveram na história e gostaram do meu trabalho.