domingo, 13 de maio de 2012

Resenha: A Cidade do Sol - Khaled Hosseini

Já havia recebido indicações desse livro muitas vezes. E, como não havia gostado muito de "O caçador de Pipas" torci o nariz para essa obra, afinal, o que um HOMEM podia entender da alma de duas MULHERES?

Sim, senti por Khaled o mesmo preconceito que também sofri muitas vezes, pois como "uma heterro pode escrever livros gays"? E, só após me dar conta da minha injustiça para com o autor foi que coloquei o livro em minha lista de leituras.

Pouco tempo depois surgiu a chance de tê-lo. O submarino, naquelas promoções fantasticas, o deixou disponivel por um preço simbólico. Adquiri a obra e a larguei na escrivaninha. Leria quando pudesse, disse a mim mesma.

Mas esse dia não chegava. Então, coloquei-o na mala quando fui viajar, e li os seus dois primeiros capítulos fora de casa.
Bom, nada fora do normal, mas bom...
E ele voltou para a mesa, fechado, até que hoje, ao acordar com a garganta bem machucada pela gripe, decidi ficar na cama lendo, e adentrei na alma de duas personagens simplesmente fantasticas.

A cidade do Sol não é o melhor livro que li na vida, mas com certeza fica entre os 10 primeiros. Ele tem uma narrativa fantastica e, pasmem, o HOMEM Khaled Hosseini conseguiu traduzir todas as inquietações femininas com um destreza que poucas mulheres conseguem.

É um livro lírico, quase uma poesia. Bem narrado, com fundamento historico e social, sem pontas soltas, e completamente encaixado em todo o contexto do Afeganistão.

Mariam e Laila são duas mulheres cuja a história de vida se confunde com a história de um país arrasado pela guerra e pela religião.

Uma, abandonada pelo pai e obrigada a se casar jovem com um homem que, primeiramente lhe deu sonhos e esperanças de uma vida feliz, e depois a assolou em suas vontades e na sua violencia, descobre na amizade de outra menina, crescida num lar feliz e que havia vivido um amor lindissimo, a esperança de algo melhor.

Há quanto tempo não chorava lendo um livro? Não lembro. Na verdade, há muito eu sequer lia algo com algum entusiasmo. Mas, ao final da obra, mais precisadamente quando o final de uma das personagens se define, eu fui as lágrimas. Meus sentimentos num turbilhao que iam da pena ao alivio. Não aguentava mais vê-la sofrer tanto...



Indico realmente essa obra. Cada mulher do mundo devia lê-la.


Nós, mulheres, não devemos mais aceitar com tanta naturalidade as imposições machistas. Engraçado que nós ocidentais ficamos horrorizadas com a burka, mas... e quando um pai obriga a filha a usar saias longas e não cortar o cabelo? O principio de dominio é o mesmo... só muda a forma.




Infelizmente, Mariams e Lailas existem aos bandos no mundo todo, cada uma entregue aos horrores dos dogmas familiares, cada uma indefesa perante tanta maldade.



3 comentários:

Luciane Rangel disse...

Linda resenha *_*
Eu te disse, não disse? A Cidade do Sol está na lista dos melhores livros que já li. E, certamente, foi o que mais me fez chorar. Lindo, triste, poético, intenso... PERFEITO.

Beijos!

Josiane veiga disse...

Realmente Lucy... um livro inesquecivel.

Catalina Terrassa disse...

Caramba! Mais um livro que está encostado na minha interminável pilha.

Tenho ele há um ano ou mais.
Vou agilizar minha leitura. Ando muito lerda.

Só tenho que tomar cuidado para não lê-lo na minha época de TPM.